Infernos de Dante.
Amiúde, sinto meu coração embrutecer.
Meio rude / emboletado, vai parando de bater.
Anestesiado pulsando, cada vez parando mais.
Tanto faz se for aos poucos
Arautos a mercê.
Demasiado, a morrer.
Psicoses, sinto que não estou aqui.
Para onde fui? De onde vim?
Nem para vós, respondi.
Meu coração está querendo desnutrir.
Feito gélido, albatroz de cargas errantes.
Obstante verborrágico, prolixo em ácido.
Para onde vai todo este amor?
Para onde vai toda esta dor?
Ah! Só Deus saberia, mas ele não quer falar.
Aliás, ele está bravo desde que matamos seu filho.
E por isso ele nos deixou a mercê.
Teria ele tanta razão assim?
Judas era o culpado.
E dele nasceram os poetas infames.
Deleite dos derrames, coagulados invernos
Dos derramados infernos de Dante.
@J. Rowstock